Equilíbrio isostático e anomalias da gravidade

Equilíbrio isostático e anomalias da gravidade

Equilíbrio isostático
A Isostasia é uma teoria relativa ao equilíbrio dos blocos continentais, partindo do princípio de que estes flutuam num substrato plástico e mais denso da litosfera.

Esta teoria defende que o relevo da crusta terrestre implica a existência de equilíbrio entre as massas rochosas. A acumulação e a libertação de carga por deposição e denudação respectivamente, compensam-se mediante movimentos verticais de afundamento ou de ascensão. O local, em profundidade, onde se dá esse equilíbrio designa-se nível de compensação. Este é mais profundo nas áreas continentais e mais superficial nas áreas oceânicas.

Todavia, na crusta há um processo continuo de manter o equilíbrio, através da erosão e deposição de detritos. Este equilíbrio pode ser rompido com a formação de novas montanhas, mas uma intensa erosão pode aliviar um bloco montanhoso, por ablação de materiais que se vão acumular sobre o bloco sub-oceânico. O degelo também pode aliviar.
O equilíbrio tende a restabelecer-se com movimentos verticais ou com a subida de blocos rochosos estáveis, particularmente os crátons.

O bloco escandinavo é o exemplo mais elucidativo nos movimentos verticais da litosfera e admite-se ter-se afundado na astenosfera por acção de gelo (2 a 3 km), no último período glaciário. Por seu lado, a Antárctida afunda-se sobre o peso da respectiva calote glaciária. Nos períodos pós-glaciação operou-se um alívio e o bloco começou a elevar-se novamente.

Anomalias da gravidade

A aceleração da gravidade pode determinar-se teoricamente por cálculos matemáticos a partir da lei da gravitação universal de Newton. O valor da aceleração da gravidade medida varia com a latitude, a altitude e a densidade dos materiais. Assim, para se poder comparar esses valores é necessário corrigi-los relativamente a essas interferências e, geralmente, não há concordância entre os valores calculados matematicamente e os medidos pelos gravímetros depois de corrigidos.

Á diferença entre esses dois valores designa-se anomalia de gravidade. Estas anomalias são negativas quando o valor supera o medido e positivas no caso inverso. Nos continentes, as anomalias de gravidade são negativas as que se devem às grandes espessuras da crusta continental siálica e à espessura simática mais densa. O valor absoluto aumenta nas regiões montanhosas e nos oceanos (anomalias positivas), uma vez que a espessura e a densidade da crusta naqueles locais são menores.

Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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