Renascimento Negro e Renascimento Africano
Renascimento Negro (Black Renaissance) e Renascimento Africano (African Renaissance)
Foi dentro do espírito emergente de revolta contra o colonialismo que surgiu o Black Renaissance, cujo fundador foi Du Bois.
Esta corrente do pensamento teve repercussões sociais, que consistiam em incutir no homem negro a ideia de ser igual aos brancos. Este movimento difundia ideologias contra a discriminação do povo negro. Defendia que os negros não podiam continuar a assistir passivamente sua própria discriminação e que deviam reagir perante os tratamentos desumanos. Du Bois afirmava: que os brancos saibam que por cada porrada que o branco der a um negro, nós lhes vamos dar duas; por um negro morto, nos vamos matar dois brancos.»
Azikiwé escreve em Renascent Africa: «Ensinai o africano que renasce a ser homem.»
Foi no âmbito do renascimento africano que se desenvolveu o conceito de personalidade africana. A personalidade africana defende que existem características comuns, atributos essenciais e únicos que fazem parte do ser de todos os africanos. A ideia de «African Personality" teve as suas raízes em Edward Wilmont Blyden e foi retomada por Kwame Nkrumah.
Blyden fundou a dignidade do africano na mesma linha do movimento negritude, procurando provar que a negra tinha uma história e uma cultura das quais se podia orgulhar.
Blyden reflecte não sobre o passado do africano, mas sobre o que se deveria fazer em prol de um futuro africano mais digno. Para ele, cada um de nós tem um dever especial a cumprir, um trabalho não 56 importante, como também necessário, um trabalho a realizar pela maca a que pertencemos; lutar pela própria individualidade para a manter e desenvolver. «Orai e amai a vossa raça. Se não fordes vós mesmos, se abdicardes da vossa personalidade, não havereis deixado nada ao mundo, não tereis satisfação, utilidade, nada que atraia ou fascine os homens, porque com a supressão da vossa individualidade havereis perdido o vosso carácter distintivo. Vereis, então, que ter abdicado da vossa personalidade significará ter abdicado da missão e da glória particular à qual sois chamados» — aconselha Blyden, notando «Seria de facto renunciar à vossa divina individualidade, o que seria o pior dos suicídios».
Este pensador demonstra que os costumes e as instituições da África negra estão em consonância com as necessidades dos africanos. Ademais, África pode dar um contributo ao mundo nas questões de ordem espiritual. A civilização europeia é dura, individualista, competitiva, materialista e foi fundada sobre o culto da ciência e da técnica. A civilização africana é doce e Humana.
Para Nkrumah, o homem africano é um ser espiritual, dotado de dignidade, integridade e valor intrínseco.
Bibliografia
GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel. Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçamique, Maputo, 2010.
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