Alteração do relevo nas diferentes regiões climáticas
Alteração do relevo nas diferentes regiões climáticas
Como já vimos a formação do relevo depende de uma combinação de diferentes factores entre eles o clima, a hidrografia, os movimentos terrestres, entre outros cuja distribuição à superfície do globo é variável. Pois bem, acompanhando essa diversidade de condições encontramos diferentes formas de relevo nas diferentes regiões do globo.
Zona equatorial - a permanência de calor e humidade determina a existência de um sistema morfogenético dominado pelas alterações de origem físico-químicas e bioquímicas. A meteorização química, os movimentos de massa, sobretudo nas vertentes, a acção dos rios, entre outros fenómenos contribuem para a emergência de formas próprias de relevo.
Principais formas de relevo na região equatorial
- Planícies;
- Meias-laranjas – colinas arredondadas, de perfil convexo, com declive na base;
- Pães de açúcar – formações rochosas provocadas por intrusões graníticas de vertentes bastante abruptas e susceptíveis a grande erosão;
- Relevo cársico.
Modelado cársico
O relevo cársico ocorre em regiões cuja superfície é constituída por maciços calcários. A formação deste relevo é um processo longo em que as águas atacam o calcário em forma de reacção química. Nesse processo, o CO2CaCO3, em contacto com a água, transforma-se em bicarbonato de cálcio (Ca(HCO3).
CaCO3 + CO2 + H2O → Ca(HCO3)2
Deste modo, numerosas fendas no calcário são alargadas pelas águas que se infiltram e abrem espaços vazios à circulação subterrânea.
A erosão superficial é muito reduzida em virtude da rede hidrográfica ser subterrânea, por isso, o maciço dos Balcãs constitui, em geral, uma região elevada e seca sem vegetação junto à superfície, onde a dissolução do calcário origina fendas ou ranhuras de cerca de 1 m de profundidade.
No interior dos maciços calcários, a circulação das águas origina, com o tempo, galerias e cavernas gruta de Mamute, com 100 km, situada nos Estados Unidos, é das mais famosas.
Nas cavernas, as gotas de água de bicarbonato de cálcio que se desprendem do tecto, gota a gota, formam no chão as estalagmites, enquanto as que permanecem no tecto são designadas estalactites.
As estalactites e estalagmites proporcionam uma beleza extraordinária, tornando os locais onde se desenvolvem verdadeiros centros turfísticos.
O relevo cársico tem igualmente representação em outras latitudes, apresentando obviamente algumas especificadas em cada região.
Nas regiões temperadas, os maciços calcários atingem grandes espessuras, e formam um conjunto de colinas, vales, grutas e galerias. Nas latitudes mais elevadas observa-se apenas formas cársicas superficiais.
As ranhuras separadas por cristais constantes nas vertentes alongam-se segundo a direcção de maior pendor, canalizando as águas das chuvas que constituem lapiez. Nos planaltos calcários existem aberturas de fendas assim como relevos arredondados de dimensões muito variáveis, podendo o diâmetro ser superior a 1 km, com vertentes abruptas ou suaves.
Este tipo de relevo localiza-se com frequência na Europa de Sudeste.
As diáclases permitem a penetração da água, que por sua vez realiza uma erosão do calcário.
No interior, o espaço vai-se alargando e criam-se grutas e labirintos.
Na parte exterior, os solos são muito pobres, a água circula na profundidade, observando-se no exterior fendas ou corredores conhecidos por lapiez.
O processo erosivo cársico produz um relevo típico.
Dolinas – são relevos deprimidos com aspecto de um cone de bico baixo; os bordos têm uma inclinação abrupta e no seu fundo pedregulhos de terra rosa. Na zona equatorial são alongados e estreitos, em lugares muito fracturados.
Polje – é um tipo de relevo cársico com uma superfície plana abatida no meio de um maciço calcário. Os bordos verticais são criados por movimentos tectónicos. Estas formas também são frequentes nas zonas de clima equatorial.
Algares – o processo erosivo em terrenos calcários abre espaços verticais largos e no interior formam-se galerias e grutas.
A água que penetra no interior acaba porjorrar sob a forma de nascente conhecida por ponor.
Na zona mediterrânea, as formações cársicas aparecem nos lugares elevados ou enrugados em processos antigos na orogénica alpina da época secundária e terciária.
Na zona polar, com solos gelados, os processos cársicos ocorrem à superfície porque a infiltração é muito moderada, enquanto que nas zonas desérticas, por falta de água, praticamente não se fala deste processo.
Fig: Zona Polar |
O ciclo geológico abrange os subciclos da água, ciclo das rochas, ciclo da erosão e pode-se resumir em formação e deformação do relevo terrestre.
Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.
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