Transformações de energia numa oscilação mecânica
Transformações de energia numa oscilação mecânica
Analisemos o que
ocorre, do ponto de vista energético, com as oscilações de um pêndulo gravítico
simples.
Fig. 2.6: Oscilação de um pêndulo gravítico. |
Para que o pêndulo comece a oscilar devemos transportá-lo até uma das posições extremas (B ou C). Ao elevarmos o pêndulo estamos a fornecer-lhe uma certa quantidade de energia potencial, relativamente que ele possuía na posição de equilíbrio (O).
Largando o
oscilador, este inicia um movimento de queda desde a posição extrema B,
até à posição de equilíbrio O, quer dizer, a energia potencial fornecida
em B vai sendo transformada em energia cinética do movimento do corpo
oscilante que, ao passar pela posição de equilíbrio, terá a máxima velocidade possível
e, consequentemente, a máxima energia cinética possível (e a mínima
energia potencial).
Ao deslocar-se da
posição de equilíbrio O para a posição extrema C, o sistema
oscilante vai ganhando altura e perdendo velocidade. Sendo gravítico assim, o
oscilador vai transformando energia cinética em energia potencial.
Atingida a posição
extrema C, a energia cinética terá sido totalmente transformada em
energia potencial, O oscilador realizou, então, meia oscilação.
Ao regressar para a
posição de partida B, o corpo irá realizar as mesmas transformações de
energia só que no sentido inverso.
Numa oscilação mecânica há uma permanente transformação de energia potencial em energia cinética e vice-versa.
Gráfico de uma oscilação
O gráfico que nos dá
a posição do oscilador, em função do tempo, é uma curva ondulante, que vamos
encontrar a partir de uma experiência simples.
E x p
e r i ê n c i a
Determinação do gráfico de uma oscilação
Objectivo: Estudar a forma do gráfico de
uma oscilação.
Material
- Um pêndulo elástico
- Um lápis
- Fita cola
- Um rolo de papel de máquina registadora
- Dois suportes cilíndricos de madeira (20 cm).
Procedimento
- Observe como o rolo de papel foi colocado nos suportes cilíndricos de madeira, de modo a poder ser enrolado pelo suporte da direita.
- Fixe, com fita cola, o lápis ao pêndulo, como ilustrado na figura.
- Coloque o rolo de papel por trás do pêndulo de modo que o lápis lhe toque levemente.
- Faça o pêndulo oscilar verticalmente e, enquanto isso, peca a um colega que, muito lentamente, vá enrolando o papel, fazendo girar o suporte da direita.
O Iápis preso ao pêndulo que sobe e
desce, irá deixar no papel o gráfico que mostra a posição do corpo oscilante,
em função do tempo. Poderá verificar que, esse gráfico tem a forma representada
abaixo.
Nota: se não dispuser de um pêndulo
elástico, pode realizar a mesma experiência usando um pêndulo gravítico
simples, como ilustra a figura ao lado.
Pêndulo gravítico simples
É constituído por
uma pequena partícula material que pode oscilar livremente presa na extremidade
de um fio inextensível e de massa desprezável. Como analisámos anteriormente,
as oscilações deste pêndulo transformam, permanentemente, energia potencial
gravitacional em energia cinética e vice-versa. Mas de que factores depende o
período deste pêndulo? Para respondermos a esta questão vamos realizar a seguinte
experiência:
E x p
e r i ê n c i a:
Determinação experimental da lei de pêndulo
gravítico
Objectivo: Verificar de que factores
depende o período de um pêndulo gravítico.
Material
- Fio inextensível de nylon ou crochet
- Jogo de massas diferentes
- Suporte para o pêndulo
- Fita métrica ou régua
- Cronómetro conta-segundos.
Procedimento
Faça a montagem
da aparelhagem de acordo com a figura acima.
- Com a fita métrica meça o comprimento do fio que constitui o pêndulo.
- Coloque o pêndulo em oscilação e meça, com o cronómetro, o tempo necessário para o corpo realizar 10 oscilações (t10).
- Divida o tempo medido anteriormente (t10) por 10 para encontrar o período (T) das oscilações do pêndulo.
- Repita os ensaios anteriores, primeiro usando fio do mesmo comprimento e fazendo variar a massa do oscilador e, em seguida, usando a mesma massa, mas fazendo variar o comprimento do fio.
- Preencha as tabelas, como se exemplifica abaixo:
A
análise dos resultados constantes nas duas tabelas permite concluir que:
a) O período de
um pêndulo gravítico simples não depende da massa do oscilador: se dois pêndulos tiverem o
mesmo comprimento e oscilarem no mesmo lugar, terão o mesmo período de
oscilação, independentemente da massa do corpo oscilante.
b) O período de
um pêndulo gravítico simples é directamente proporcional à raiz quadrada do seu
comprimento: se
dois pêndulos tiverem comprimentos diferentes e oscilarem no mesmo lugar, terá
maior período de oscilação o pêndulo de maior comprimento.
c) O período de
um pêndulo gravítico simples é inversamente proporcional à raiz quadrada da
aceleração da gravidade do local onde se realizam as oscilações: nos lugares de maior aceleração
da gravidade o período de oscilação é menor. Assim, por exemplo, na Terra um
pêndulo oscila mais rapidamente do que na Lua porque na Terra a aceleração da
gravidade é maior do que no nosso satélite.
Lei
do pêndulo gravítico: para oscilações de pequena amplitude, o
período de oscilação é directamente proporcional à raiz quadrada do comprimento
e inversamente proporcional à raiz quadrada da aceleração da gravidade.
Onde:
- g – Aceleração da gravidade local em m/s2
- p = 3,14
- l – Comprimento do pêndulo em metros (m)
- T – Período de oscilação em segundos (s).
Pêndulo elástico
É constituído por
uma partícula material de massa m, que oscila livremente presa na
extremidade de uma mola elástica de constante k. Observando e analisando
as oscilações de um pêndulo elástico, concluiremos que:
a) O período de oscilação
do pêndulo elástico é directamente proporcional raiz quadrada da massa do
oscilador: se
dois pêndulos de mola tiverem a mesma constante de elasticidade K, o pêndulo
que tiver maior massa terá maior período de oscilação, isto é, realizará mais
lentamente as suas oscilações.
b) O período de oscilação
do pêndulo elástico é inversamente proporcional à raiz quadrada da constante de
elasticidade da mola:
se dois pêndulos de mola tiverem a mesma massa, o pêndulo que tiver maior
constante elástica terá menor período de oscilação, isto é, realizará mais
rapidamente as suas oscilações.
Lei do pêndulo elástico: para oscilações de pequena amplitude, o período de oscilação é directamente proporcional ä raiz quadrada da massa do oscilador e inversamente proporcional raiz quadrada da constante elástica da mola.
Onde:
- m – Massa do oscilador em quilogramas (kg)
- p = 3,14
- k – Constante elástica da mola em N/m
- T – Período de oscilação em segundos (s).
Bibliografia
MENESES, João Paulo. F10 - Física 10ª Classe. Texto Editores, Maputo, 2017.
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