Electromagnetismo - Experiência de Oersted
Electromagnetismo
Experiência de Oersted
Durante muitos
séculos, pouco ou nada se avançou no estudo dos fenómenos magnéticos, até que
em 1 820, o físico dinamarquês Hans Cristian Oersted (Fig. 3.5), durante uma
aula, realizou uma experiência que ficou conhecida mundialmente como «Experiência
de Oersted» e que uniu definitivamente os fenómenos eléctricos aos fenómenos
magnéticos, nascendo assim o Electromagnetismo.
Fig. 3.5: Hans Oersted (1777-1851)
E x p e r i ê n c i a
Experiência de Oersted
Objectivos: Verificar que uma corrente
eléctrica cria um campo magnético.
Material
- Uma pilha de 6 Vou de 9 V
- Fio condutor rígido de cobre (uns 40 cm)
- Fios eléctricos (maleáveis) de ligação
- Um interruptor.
- Uma agulha magnética no seu suporte de modo que possa girar livremente em torno do seu eixo (os pólos da agulha magnéticos devem estar devidamente identificados).
Procedimento
1. Coloque a agulha magnética no
seu suporte e deixe que ela se oriente de acordo com o campo magnético da Terra
(orientação natural da agulha, segundo a linha Norte-Sul geográfica).
2. Monte o circuito conforme o
esquema acima, mantendo o interruptor aberto, de modo que o fio condutor rígido
de cobre fique paralelo ä agulha magnética.
Observe
que, com o
interruptor desligado, não há corrente no circuito. A agulha magnética mantém a
sua orientação natural, segundo a linha Norte-Sul geográfica.
3. Ligue o interruptor. Observe,
agora que, a agulha magnética sofre um desvio, deixando a sua orientação
natural, passando a ficar cruzada com o condutor.
4. Desligue, novamente, o
interruptor. A agulha volta a orientar-se de acordo com a linha «Norte-Sul».
5. Troque a polaridade da pilha,
fazendo mudar o sentido da corrente no circuito.
Observe que, com a inversão do sentido
da corrente, o sentido do desvio da agulha magnética também se inverte.
Conclusões
1. Quando a corrente eléctrica
passa pelo condutor, a agulha magnética desvia-se da sua orientação natural
porque, ao passar pelo condutor, a corrente eléctrica cria sua volta um campo
magnético que vai interferir com os campos magnéticos da Terra e da própria
agulha, provocando o seu desvio.
2. O sentido do desvio da agulha é
invertido quando se inverte o sentido da corrente.
Sentido do desvio da agulha magnética
Regras de Ampere e da mão direita
Depois da descoberta
experimental feita por Oersted, de que a corrente eléctrica ao percorrer um
condutor cria à sua volta um campo magnético, os cientistas e pesquisadores
começaram a estudar com mais afinco a relação entre os fenómenos eléctricos e
os fenómenos magnéticos. Ao analisarem a experiência de Oersted, importava
saber se o sentido do desvio da agulha era arbitrário, ou se, pelo contrário,
obedecia a alguma regra e, neste caso, de que factores dependia esse desvio.
Várias regras foram
surgindo com o objectivo de facilitar a determinação do sentido do desvio da
agulha magnética, isto é, o sentido das linhas de força do campo magnético
criado pela corrente eléctrica.
Destacam-se as
seguintes:
Regra
do observador, de Ampere: um observador imaginário, deitado ao
longo do fio eléctrico com a face virada para a agulha, de modo que a corrente
lhe entre pelos pés e saia pela cabeça, verá o pólo Norte da agulha desviar-se
para a sua esquerda (Fig. 3.7). Imagine um observador olhando para um ponto A,
colocado paralelamente à corrente, de tal maneira que a corrente entre pelos
pés e saia pela cabeça. Um pólo norte, colocado nesse ponto A, gira para a
esquerda do observador. Esse é o sentido do campo no ponto A.
Fig. 3.6 Regra do observador de Ampere. |
Regra
dos dedos curvos da mão direita: segurando o condutor
com a mão direita, de modo que o dedo polegar aponte no sentido da corrente, os
restantes quatro dedos recurvados indicam o sentido das linhas de força do
campo magnético.
Fig.: 3.7: Regra da direita para o sentido do campo magnético por uma corrente: A – retilínea; B – Circular e C – por urna bobina. |
Bibliografia
MENESES, João Paulo. F10 - Física 10ª Classe. Texto Editores, Maputo, 2017.
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