Teorias de Desenvolvimento Psíquico
Teorias de Desenvolvimento Psíquico
Depois de ter lido sobre a Psicologia de
Desenvolvimento, o conceito de desenvolvimento psíquico, os factores que influenciam
o desenvolvimento psíquico e os métodos de investigação em Psicologia
Evolutiva. Esta Unidade vai permitir-lhe que se familiarize com as teorias modernas
(Freud, Piaget, Vygotsky, Leontiev) que explicam o desenvolvimento psíquico.
1.1. Desenvolvimento Psíquico Segundo Sigmund Freud (1856-1939)
As teorias científicas
surgem influenciadas pelas condições da vida social, nos seus aspectos
econômicos, políticos, culturais etc. São produtos históricos criados por homens concretos, que
vivem o seu tempo e contribuem ou alteram, radicalmente, o desenvolvimento do conhecimento.
Sigmund
Freud foi um médico vienense que alterou, radicalmente, o modo de pensar a vida
psíquica. Sua contribuição é comparável à de Karl Marx na compreensão dos
processos históricos e sociais. Freud ousou colocar os “processos misteriosos”
do psiquismo, suas “regiões obscuras”, isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos,
a interioridade do homem, como problemas científicos. A investigação
sistemática desses problemas levou Freud à criação da Psicanálise.
O termo
psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e
a uma prática profissional. Enquanto teoria, caracteriza-se por um
conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica.
Freud publicou uma extensa obra, durante toda a sua vida, relatando suas
descobertas e formulando leis gerais sobre a estrutura e o funcionamento da
psique humana.
A Psicanálise,
enquanto método de investigação, caracteriza-se pelo método interpretativo,
que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de acções e
palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as
associações livres, os actos falhos. A prática profissional refere-se à forma
de tratamento — a Análise — que busca o autoconhecimento ou a cura, que
ocorre através desse autoconhecimento. Actualmente, o exercício da Psicanálise
ocorre de muitas outras formas. Ou seja, é usada como base para psicoterapias, aconselhamento,
orientação; é aplicada no trabalho com grupos, instituições.
A
Psicanálise também é um instrumento importante para a análise e compreensão de
fenómenos sociais relevantes: as novas formas de sofrimento psíquico, o excesso
de individualismo no mundo contemporâneo, a exacerbação da violência etc. Compreender
a Psicanálise significa percorrer novamente
o trajecto pessoal de Freud, desde a origem dessa ciência e durante grande
parte de seu desenvolvimento. A relação entre autor e obra torna-se mais
significativa quando descobrimos que grande parte de sua produção foi baseada
em experiências pessoais, transcritas com rigor em várias de suas obras, como A
interpretação dos sonhos e A psicopatologia da vida quotidiana,
dentre outras.
Compreender
a Psicanálise significa, também, percorrer, no nível pessoal, a experiência
inaugural de Freud e buscar “descobrir” as regiões obscuras da vida psíquica,
vencendo as resistências interiores, pois se ela foi realizada por Freud, “não
é uma aquisição definitiva da humanidade, mas tem que ser realizada de novo por
cada paciente e por cada psicanalista”.
1.1. A Descoberta
do Inconsciente
“Qual
poderia ser a causa de os pacientes esquecerem tantos factos de sua vida
interior e exterior?”, perguntava-se Freud.
O
esquecido era sempre algo penoso para o indivíduo, e era exactamente por isso
que havia sido esquecido e o penoso não significava, necessariamente, sempre
algo ruim, mas podia se referir a algo bom que se perdera ou que fora
intensamente desejado.
Quando Freud
abandonou as perguntas no trabalho terapêutico com os pacientes e os deixou dar
livre curso às suas ideias, observou que, muitas vezes, eles ficavam
embaraçados, envergonhados com algumas ideias ou imagens que lhes ocorriam. A
esta força psíquica que se opunha a tornar consciente, a revelar um pensamento,
Freud denominou resistência. E chamou de repressão o processo
psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma ideia ou
representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Estes
conteúdos psíquicos “localizam-se” no inconsciente.
Tais
descobertas “(...) constituíram a base principal da compreensão das
neuroses e impuseram uma modificação do trabalho terapêutico. Seu objectivo
(...) era descobrir as repressões e suprimi-las através de um juízo que
aceitasse ou condenasse definitivamente o excluído pela repressão.
Considerando este novo estado de coisas, dei ao método de investigação e cura
resultante o nome de psicanálise em substituição ao de catártico”.
1.2. A Primeira Teoria sobre a Estrutura do
Aparelho Psíquico
Em
1900, no livro A interpretação dos sonhos, Freud apresenta a primeira
concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. Essa teoria
refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas: inconsciente,
pré-consciente e consciente.
- O inconsciente
exprime o “conjunto dos conteúdos não presentes no campo actual da
consciência”. É constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos
sistemas pré-consciente/consciente, pela acção de censuras internas. Estes
conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e ter sido
reprimidos, isto é, “foram” para o inconsciente, ou podem ser genuinamente
inconscientes. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis
próprias de funcionamento. Por exemplo, é atemporal, não existem as noções de
passado e presente.
- O pré-consciente
refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis à
consciência. É aquilo que não está na consciência, neste momento, e no momento
seguinte pode estar.
- O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Na consciência, destaca-se o fenómeno da percepção, principalmente a percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio.
1.3. A
Descoberta da Sexualidade Infantil
Freud,
em suas investigações na prática clínica sobre as causas e funcionamento das
neuroses, descobriu que a maioria de pensamento e desejos reprimidos
referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida
dos indivíduos, isto é, que na vida infantil estavam as experiências de carácter
traumático, reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas actuais, e
confirmava-se, desta forma, que as ocorrências deste período da vida deixam
marcas profundas na estruturação da pessoa. As descobertas colocam a sexualidade
no centro da vida psíquica, e é postulada a existência da sexualidade infantil.
Estas afirmações tiveram profundas repercussões na sociedade puritana da época,
pela concepção vigente da infância como “inocente”.
Os
principais aspectos destas descobertas são:
- A
função sexual existe desde o princípio da vida, logo após o nascimento, e não
só a partir da puberdade como afirmavam as ideias dominantes.
- O
período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à
sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção do prazer podem
estar associadas, tanto no homem como na mulher. Esta afirmação contrariava as ideias
predominantes de que o sexo estava associado, exclusivamente, à reprodução.
- A libido,
nas palavras de Freud, é “a energia dos instintos sexuais só deles”.
No
processo de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo, nos primeiros tempos de
vida, tem a função sexual ligada à sobrevivência, e, portanto, o prazer é encontrado
no próprio corpo. O corpo é erotizado, isto é, as excitações sexuais estão
localizadas em partes do corpo, e há um desenvolvimento progressivo que levo Freud
a postular as fases de desenvolvimento sexual em: fase oral (a zona de
erógena é a boca), fase anal (a zona de erógena é o ânus), fase fálica
(a zona de erógena é o órgão sexual); em seguida vem um período de latência,
que se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das actividades
sexuais, isto é, há um “intervalo” na evolução da sexualidade. E, finalmente,
na puberdade é atingida a última fase, isto é, a fase genital, quando
o objecto de erógena ou de desejo não está mais no próprio corpo, mas era um
objecto externo ao indivíduo — o outro. Alguns autores denominam este período
exclusivamente como genital, incluindo o período fálico nas organizações
pré-genitais, enquanto outros autores denominam o período fálico de organização
genital infantil.
No
decorrer dessas fases, vários processos e ocorrências sucedem-se. Desses
eventos, destaca-se o complexo de Édipo, pois é em torno dele que ocorre
a estruturação da personalidade do indivíduo. Acontece entre 3 e 5 anos,
durante a fase fálica. No complexo de Édipo, a mãe é o objecto de desejo do
menino, e o pai é o rival que impede seu acesso ao objecto desejado. Ele
procura então ser o pai para “ter” a mãe, escolhendo-o como modelo de
comportamento, passando a internalizar as regras e as normas sociais
representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente, por medo da
perda do amor do pai, “desiste” da mãe, isto é, a mãe é “trocada” pela
riqueza do mundo social cultural, e o garoto pode, então, participar do mundo
social, pois tem suas regras básicas internalizadas através da identificação
com o pai.
Este
processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e
de identificação. Freud fala em Édipo feminino (complexo de electra).
1.4. Explicação de Alguns Conceitos
Antes de prosseguirmos um pouco mais acerca das descobertas fundamentais de Freud, é necessário esclarecer alguns conceitos que permitem compreender os dados e informações colocados até aqui, de um modo dinâmico e sem considerá-los processos mecânicos e compartimentados. Além disso, estes aspectos também são postulações de Freud, e seu conhecimento é fundamental para se compreender a continuidade do desenvolvimento de sua teoria.
No
processo terapêutico e de postulação teórica, Freud, inicialmente, entendia que
todas as cenas relatadas pelos pacientes tinham de fato ocorrido.
Posteriormente, descobriu que poderiam ter sido imaginadas, mas com a mesma
força e consequências de uma situação real.
Aquilo
que, para o indivíduo, assume valor de realidade é a realidade psíquica. E
é isso o que importa, mesmo que não corresponda à realidade objectiva.
O
funcionamento psíquico é concebido a partir de três pontos de vista: o económico
(existe uma quantidade de energia que “alimenta” os processos psíquicos), o
tópico (o aparelho psíquico é constituído de um número de sistemas que
são diferenciados quanto a sua natureza e modo de funcionamento, o que permite
considerá-lo como “lugar” psíquico) e o dinâmico (no interior do
psiquismo existem forças que entram em conflito e estão, permanentemente, activas.
A origem dessas forças é a pulsão). Compreender os processos e fenómenos psíquicos
é considerar os três pontos de vista simultaneamente.
A pulsão
refere-se a um estado de tensão que busca, através de um objecto, a
supressão deste estado. Eros é a pulsão de vida e abrange as pulsões
sexuais e as de autoconservação. Tanatos é a pulsão de morte, pode ser
autodestrutiva ou estar dirigida para fora e se manifestar como pulsão
agressiva ou destrutiva.
Sintoma,
na teoria psicanalítica, é uma produção — quer seja um comportamento,
quer seja um pensamento — resultante de um conflito psíquico entre o desejo e
os mecanismos de defesa. O sintoma, ao mesmo tempo que sinaliza, busca encobrir
um conflito, substituir a satisfação do desejo. Ele é ou pode ser o ponto de
partida da investigação psicanalítica na tentativa de descobrir os processos psíquicos
encobertos que determinam sua formação. Os sintomas de Ana O. eram a paralisia
e os distúrbios do pensamento; hoje, o sintoma da colega da sala de aula é
recusar-se a comer.
1.5. A Segunda Teoria do Aparelho Psíquico
Entre
1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os
conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas
da personalidade.
- O id
constitui o reservatório da energia psíquica, é onde se “localizam” as
pulsões: a de vida e a de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente,
na primeira teoria, são, nesta teoria, atribuídas ao id. É regido pelo
princípio do prazer;
- O ego
é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as
exigências da realidade e as “ordens” do superego. Procura “dar conta” dos interesses
da pessoa. É regido pelo princípio da realidade, que, com o princípio do
prazer, rege o funcionamento psíquico. É um regulador, na medida em que altera
o princípio do prazer para buscar a satisfação considerando as condições objectivas
da realidade. Neste sentido, a busca do prazer pode ser substituída pelo
evitamento do desprazer. As funções básicas do ego são: percepção, memória, sentimentos,
pensamento;
- O superego
origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das
proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são funções do
superego. O conteúdo do superego refere-se as exigências sociais e culturais.
Para
compreender a constituição desta instância — o superego — é necessário
introduzir a ideia de sentimento de culpa. Neste estado, o indivíduo
sente-se culpado por alguma coisa errada que fez — o que parece óbvio — ou que
não fez e desejou ter feito, alguma coisa considerada má pelo ego mas não,
necessariamente, perigosa ou prejudicial; pode, pelo contrário, ter sido muito
desejada. Por que, então, é considerada má? Porque alguém importante para ele,
como o pai, por exemplo, pode puni-lo por isso. E a principal punição é a perda
do amor e do cuidado desta figura de autoridade.
Portanto,
por medo dessa perda, deve-se evitar fazer ou desejar fazer a coisa má; mas, o
desejo continua e, por isso, existe a culpa. Uma mudança importante acontece
quando esta autoridade externa é internalizada pelo indivíduo. Ninguém mais
precisa lhe dizer “não”. É como se ele “ouvisse” esta proibição dentro de si.
Agora, não importa mais a acção para sentir-se culpado: o pensamento, o desejo
de fazer algo mau se encarregam disso. E não há como esconder de si mesmo esse
desejo pelo proibido. Com isso, o mal-estar instala-se definitivamente no
interior do indivíduo. A função de autoridade sobre o indivíduo será realizada
permanentemente pelo superego. É importante lembrar aqui que, para a
Psicanálise, o sentimento de culpa origina-se na passagem pelo Complexo de
Édipo.
O ego
e, posteriormente, o superego são diferenciações do id, o que demonstra uma
interdependência entre esses três sistemas, retirando a ideia de sistemas
separados. O id refere-se ao inconsciente, mas o ego e o superego têm, também,
aspectos ou “partes” inconscientes.
E
importante considerar que estes sistemas não existem enquanto uma estrutura
vazia, mas são sempre habitados pelo conjunto de experiências pessoais e
particulares de cada um, que se constitui como sujeito em sua relação com o
outro e em determinadas circunstâncias sociais. Isto significa que, para
compreender alguém, é necessário resgatar sua história pessoal, que está ligada
à história de seus grupos e da sociedade em que vive.
1.6. Os Mecanismos de Defesa, ou a Realidade como
Ela Não são.
A
percepção de um acontecimento, do mundo externo ou do mundo interno, pode ser
algo muito constrangedor, doloroso, desorganizador. Para evitar este desprazer,
a pessoa “deforma” ou suprime a realidade — deixa de registar percepções
externas, afasta determinados conteúdos psíquicos, interfere no pensamento.
São
vários os mecanismos que o indivíduo pode usar para realizar esta deformação da
realidade, chamados de mecanismos de defesa.
São
processos realizados pelo ego e são inconscientes, isto é, ocorrem independentemente
da vontade do indivíduo.
Para
Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos
indesejáveis, protegendo, desta forma, o aparelho psíquico. O ego — uma
instância a serviço da realidade externa e sede dos processos defensivos —
mobiliza estes mecanismos, que suprimem ou dissimulam a percepção do perigo
interno, em função de perigos reais ou imaginários localizados no mundo
exterior.
Estes mecanismos são:
- Recalque:
o indivíduo “não vê”, “não ouve” o que ocorre. Existe a supressão
de uma parte da realidade. Este aspecto que não é percebido pelo indivíduo faz
parte de um todo e, ao ficar invisível, altera, deforma o sentido do todo. E
como se, ao ler esta página, uma palavra ou uma das linhas não estivesse
impressa, e isto impedisse a compreensão da frase ou desse outro sentido ao que
está escrito. Um exemplo é quando entendemos uma proibição como permissão
porque não “ouvimos” o “não”. O recalque, ao suprimir a percepção do que está
acontecendo, é o mais radical dos mecanismos de defesa. Os demais referem-se a
deformações da realidade;
- Formação
reactiva: o ego procura afastar o desejo que vai em determinada
direcção, e, para isto, o indivíduo adopta uma atitude oposta a este desejo. Um
bom exemplo são as atitudes exageradas — ternura excessiva, superprotecção —
que escondem o seu oposto, no caso, um desejo agressivo intenso. Aquilo que
aparece (a atitude) visa esconder do próprio indivíduo suas verdadeiras
motivações (o desejo), para preservá-lo de uma descoberta acerca de si mesmo
que poderia ser bastante dolorosa. É o caso da mãe que superprotege o filho, do
qual tem muita raiva porque atribui a ele muitas de suas dificuldades pessoais.
Para muitas destas mães, pode ser aterrador admitir essa agressividade em
relação ao filho;
- Regressão:
o indivíduo retorna a etapas anteriores de seu desenvolvimento;
é uma passagem para modos de expressão mais primitivos. Um exemplo é o da
pessoa que enfrenta situações difíceis com bastante ponderação e, ao ver uma
barata, sobe na mesa, aos berros. Com certeza, não é só a barata que ela vê na
barata;
- Projecção:
é uma confluência de distorções do mundo externo e interno.
O indivíduo localiza (projecta) algo de si no mundo externo e não percebe
aquilo que foi projectado como algo seu que considera indesejável. É um mecanismo
de uso frequente e observável na vida quotidiana. Um exemplo é o jovem que
critica os colegas por serem extremamente competitivos e não se dá conta de que
também o é, às vezes até mais que os colegas;
- Racionalização:
o indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente
convincente e aceitável, que justifica os estados “deformados” da consciência.
Isto é, uma defesa que justifica as outras. Portanto, na racionalização, o ego
coloca a razão a serviço do irracional e utiliza para isto o material fornecido
pela cultura, ou mesmo pelo saber científico. Dois exemplos: o pudor excessivo (formação
reactiva), justificado com argumentos morais; e as justificativas ideológicas
para os impulsos destrutivos que eclodem na guerra, no preconceito e na defesa
da pena de morte.
Além
destes mecanismos de defesa do ego, existem outros: denegação, identificação,
isolamento, anulação retroactiva, inversão e retorno sobre si mesmo. Todos nós
os utilizamos em nossa vida quotidiana, isto é, deformamos a realidade para nos
defender de perigos internos ou externos, reais ou imaginários. O uso destes
mecanismos não é, em si, patológico, contudo distorce a realidade, e só o seu desvendamento
pode nos fazer superar essa falsa consciência, ou melhor, ver a realidade como
ela é.
Bibliografia
BOCK, A. M. B. et al. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. São Paulo, Editora Saraiva, 1993, Cap. 7.
INSTITUTO SUPERIOR DOM BOSCO. Módulo IV. Psicologia de Aprendizagem. Maputo, págs. 31-42.
RODRIGUES, A. & BILA, L. V. Módulo de Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem. Maputo. Universidade Pedagógica. S/d.
RODRIGUES, L. Psicologia. 4ª ed., Lisboa, Edições Plátano, 2003, págs. 222-239.
Comentários