Teorias da Personalidade
Teorias da Personalidade
O conhecimento das
teorias confere um papel importante no estudo da personalidade porque
permitem-nos entender os esforços que foram feitos no sentido de compreender
este fenómeno e possivelmente dar assistência as pessoas que sofrem de
perturbações no âmbito psicológico várias teorias da personalidade emergiram do
contexto próprio de actividade de psicólogos sendo o mais predominante o
contexto o clínico.
As teorias baseadas
no contexto clínico foram construídas com base nos dados colhidos em indivíduos
perturbados. Outras teorias surgiram das observações e experiências
laboratoriais as quais privilegiam o método estatístico para analisar e
interpretar os fenómenos relacionados com o estudo da personalidade. Usam
predominantemente quantidades consideráveis de pessoas normais a serem
observadas ou mesmo animais.
Teorias Psicodinâmicas da Personalidade
Estas teorias baseiam-se
na importância dos motivos e emoções e outras forças internas para explicar a
natureza e desenvolvimento da personalidade argumentando que os conflitos
psicológicos resolvem-se sempre no período em que a infância começa. Dos defensores
destas teorias podemos citar Sigmund Freud, Carl Jung, Alfred Adler, Caren
Horney, Harry Stack Sulivan e Eric Erikson.
A teoria psicanalítica de Sigmund Freud
No início deste capítulo,
referimo-nos a Freud quando abordávamos a questão das tipologias da
personalidade. Freud (1856 - 1939) desenvolveu a Teoria da personalidade quando
trabalhava com pacientes neuróticos na busca de “insights” que lhe permitissem
entender a personalidade humana. Das experiências colhidas nas observações
construiu uma teoria que se designou de Psicanálise a qual explicava os eventos
normais e anormais e o modo de tratamento destes últimos. A teoria Freudiana
foi construída em torno de um conceito chave que ele designou de inconsciente.
O conceito do
inconsciente de Freud
Para Freud os aspectos
conscientes (memórias, pensamentos, sentimentos, desejos) nas pessoas
constituem apenas uma pequeníssima parte da vida psíquica do indivíduo. Abaixo
da percepção existem aqueles que ele chamou de pré-conscientes os quais às
vezes podem ser recuperados e trazidos à consciência. Com tudo grande parte dos
eventos psicológicos encontram-se alojados no inconsciente que constitui um
vasto arsenal dos eventos da nossa vida psíquica. Neste arsenal é onde se
alojam os desejos do indivíduo que até certo ponto podem ser trazidos à
consciência através dos sonhos, lapsos de linguagem, enganos, acidentes e livre
associação.
A teoria Freudiana
advoga que os impulsos, as lembranças dolorosas das experiências adquiridas na
infância são guardados no inconsciente. Esses, impulsos são vistos por Freud
como seno impulsos sexuais. A palavra sexualidade para Freud representava todas
as acções e pensamentos que dão prazer e não propriamente o acto sexual. Estes
impulsos produzem uma energia psíquica que se chama libido a força motora
do comportamento e actividade humana. Se os impulsos sexuais não são
satisfeitos a energia psíquica vai-se acumular provocando uma pressão que pode
ser aumentada pelos conflitos.
Para Freud, a
personalidade é composta por três instâncias fundamentais: o ID., o ego
e o superego. O ID. é a parte da personalidade dominada pelos impulsos.
O ID não possui valores morais e guia-se pelo princípio do prazer o qual
pressiona-o constantemente para que os impulsos sejam satisfeitos sob o risco
de eles se tornarem nocivos a personalidade e criar, portanto, distúrbios
psíquicos. Estes prazeres podem ser satisfeitos também através do sonho que constitui,
portanto, um escape. Freud considera que este processo primário constitui uma
forma infantil de actividade mental.
O ego é para Freud a
consciência e surge nas crianças como uma forma de relação com o ambiente e
serve para regular os desejos e necessidades próprias destas. O ego vem do id e
foi modificado pela sua proximidade com o mundo exterior. A tarefa fundamental
do ego é identificar quais os objectos reais capazes de satisfazer as
necessidades do id. O ego é controlável e actual sob o princípio da
realidade isto é diferentemente do id ele procura a satisfação das
necessidades olhando para a realidade.
O superego é a
instância do psíquico que lida com as normas sociais. Ele força o id levando-o
a observar as normas e valores morais na satisfação das necessidades do
indivíduo.
Freud
e desenvolvimento da personalidade
Na concepção de
Freud a personalidade é moldada a partir da infância quando a criança tenta
satisfazer as suas necessidades através das fases psicossexuais. O termo
psicossexual refere-se a libido (energia sexual) a qual se centra em diferentes
partes do corpo ao longo do desenvolvimento da criança. Segundo Freud esta
energia libidinal situa-se fundamentalmente na boca, no ânus e nos órgãos
genitais e vai se focalizando nestas diferentes zonas ao longo do
desenvolvimento da criança. Portanto, quando ela se fixa numa determinada zona
o indivíduo procura a satisfação dos seus desejos através desta zona.
Fase oral (primeiro ano de vida)
Durante os primeiros
momentos de vida da criança a energia libidinal centra-se na boca
fundamentalmente levando a que o bebe tenha prazer em sugar, morder os objectos
com os quais se relaciona. O desmame constitui uma fase de conflito porque a
criança quererá ainda continuar a chupar o seio da mãe como uma forma de
libertação das energias libidinais que se encontram alojados na zona
buco-labial. Se esta fase não for suficientemente satisfeita correr-se-á já na
vida adulta o risco de exibir tendências e traços orais que se manifestam
através da gula, dependência, e passividade, fumar, mastigar pastilhas, falar
excessivamente.
Fase anal (2-3 anos)
Esta fase ocorre
durante o segundo ano de vida da criança e consiste no prazer que ela tem de
reter e expelir as fezes. O prazer da criança neste caso consiste em reter e
expelir os esfíncteres colidindo assim com as restrições da sociedade. O grande
conflito na criança surge, portanto na tentativa de educa-la a controlar
através do uso do toilete os seus esfíncteres levando a que algumas desobedeçam
a ordem dos seus superiores tentando evacuar em lugares inoportunos. A retenção
dos esfíncteres pela criança cria um prazer suave nas paredes dos intestinos
levando-as a repetir esta sensação agradável.
Fase fálica (3-5 anos)
Segundo Freud, esta
fase é uma fase em que as crianças descobrem os seus órgãos sexuais genitais e
sua função de criação do prazer. É uma fase segundo ele em que a criança começa
com as suas aventuras sexuais como por exemplo a masturbação. Nesta fase, a criança
projecta um amor excessivo ao pai ou mãe do sexo oposto tornando-se rival com
um dos pais do mesmo sexo. Este conflito quando ocorre com uma criança do sexo
feminino é designado de complexo de electra e quando ocorre com criança
do sexo masculino designa-se de complexo de edipo.
A fase latência ( 6 anos à
puberdade)
Para Freud a
personalidade encontra-se quase essencialmente formada na fase fálica. Nesta
fase as necessidades sexuais da criança encontram-se como que adormecidas sem
ocorrência de algum conflito de personalidade. Este período é também designado
de fase de lactencia.
A fase Genital (adolescência)
Esta fase coincide
com a chegada da puberdade em que os interesses sexuais tornam-se novamente a
revelarem-se. Nesta fase, as actividades orientam-se para a cultura e as
pessoas criam relações umas às outras.
Critica a teoria
psicanalítica
A teoria
psicanalítica de Freud teve seu mérito no sentido de que trouxe muitos
conceitos para o público em geral. Conceitos como necessidades orais, impulsos inconscientes,
complexos de edipo etc., são alguns dos mais comumente usados. Por outro lado,
os cientistas concordam com o facto de que deve-se ter em conta a experiência
inicial quando se analisa a questão do desenvolvimento da personalidade e que
as pessoas são por vezes influenciadas por motivos inconscientes.
No entanto, a teoria
freudiana sofreu duras críticas por não considerar na sua abordagem as influências
sociais e culturais sobre o desenvolvimento da personalidade. Os procedimentos
usados por Freud e a linguagem usada por este é igualmente contestada por
alguns cientistas.
Teorias neofreudianas
Carl
Gustav Jung
Nasceu e morreu
entre 1875 e 1961. Foi um psiquiatra suíço discípulo de Freud mas separou-se
deste criando a sua própria noção de personalidade.
Ele discordava com
Freud sobre a noção de que a libido representava inteiramente a sexualidade e
que estava orientada para o princípio do prazer. Ele introduziu a noção do inconsciente
colectivo para explicar a ideia de que os seres humanos trazem consigo um
inconsciente colectivo o qual detém as memórias dos ancestrais, suas memórias e
experiências.
De acordo com Jung
estas memórias produzem desilusões e fantasias. Há presunção de que os mitos
religiosos e os enunciados poéticos provenham desta fonte. Jung considera que
as pessoas também nascem com um inconsciente pessoal onde guardam as memórias
individuais reprimidas.
Alfred
Adler
Nasceu e viveu entre
1870 e 1937. Foi um psiquiatra suíço também discípulo de Freud que veio se
afastar dele mais tarde. Como Jung não concordou com a atribuição da
sexualidade como força fundamental da personalidade. Deu maior valor as influências
culturais sobre o comportamento argumentando que a personalidade é estritamente
ligada ao aspecto social. Colocou a questão dos sentimentos de inferioridade
como ligado à motivação.
Karen
Horney
Uma Psicóloga alemã
que nasceu e viveu entre 1885 a 1952 também uma das seguidoras de Freud. Como
Adler ela dá importância ao contexto social no desenvolvimento da personalidade
e que as ideias de Freud eram muito rígidas. Negou a teoria do impulso avançada
por Freud e considerou que a personalidade é resultado das experiências
variadas das crianças. Atribuiu um efeito nefasto do isolamento e desamparo
como consequência das primeiras interacções entre pais e filhos as quais
bloqueiam o crescimento interior da criança.
Hurry
Stack Sullivan
Foi um psiquiatra
americano viveu entre 1892 e 1949. Como Adler e Horney deu maior importância
aos relacionamentos sociais no desenvolvimento da personalidade. Considerava
que os comportamentos desviantes ou aceitáveis moldam-se através da interacção
com os pais durante a fase da socialização da criança. Considerou que o comportamento
das pessoas era impelido por dois tipos de necessidades: as de segurança e as
biológicas.
Erik
Erikson
Nasceu em 1902 e foi
um psicanalista americano que teve muitos antecedentes internacionais. De
acordo com este psicanalista as personalidades formam-se à medida que as
pessoas vão progredindo pelos estágios psicossociais através da vida. Em cada
novo estágio surge sempre um conflito a resolver na qual há sempre uma solução
positiva e uma negativa para cada problema. Estes conflitos sempre existem a partir
do nascimento, mas se tornam predominantes em cada em cada ponto especifico da
vida.
Idade aproximada |
Fases psicossexuais de Freud |
Fases psicossociais de Erikson |
Primeiro ano |
Oral |
Confiança básica vs. desconfiança |
2-3 anos |
Anal |
Autonomia
vs. vergonha, dúvida |
3-5 anos |
Fálica |
Iniciativa vs. culpa |
6 anos à puberdade |
Latência |
Diligência
vs. inferioridade |
Adolescência |
Genital |
Identidade vs. confusão de papel |
Adulto jovem |
|
Intimidade
vs. isolamento |
Meia-idade |
|
Geratividade vs. auto absorção |
Idade adulta |
|
Integridade
vs. desespero |
Teorias Fenomenológicas da personalidade
As teorias
fenomenológicas da personalidade baseiam-se em procurar entender os “eus” e
suas perspectivas de vida. Os cientistas fenomenológicos assumem uma visão que
parte do princípio de que para se estudar um indivíduo é preciso partir do
conceito da sua totalidade e não em partes. A visão adoptada é uma visão holística
na qual não se deve estudar um fenómeno fragmentando-o. Os fenomenalistas
consideram o “eu” como um fenómeno interno que se forma através de interacções
com o mundo circundante. O modelo do “eu” influencia as acções do indivíduo, e
estas por sua vez afectam o próprio modelo do eu.
Na perspectiva
fenomenológica o objecto central da motivação humana é lutar por auto-realizar-se.
A teoria do “Eu” de Carl Rogers
Carl Rogers nasceu
em 1902 e foi um proeminente psicólogo bem conhecido na arena científica.
O “eu” ou
“autoconceito” são termos que definem um padrão organizado, e coerente de
características percebidas do “eu” ou “mim” que se acrescem aos valores
concedidos a esses atributos (Davidoff, 1983:532).
Este autoconceito se
desenvolve nas crianças através da observação de como elas próprias funcionam
vigiando o comportamento dos outros. As crianças em idade mais nova começam
muito cedo a conhecer e ter consciência do que é ou não coerente e atribuem-se
a si os mesmos traços específicos (ex; enervar-se facilmente ou ter uma certa
energia). Portanto, a infância para Rogers é um momento especial e oportuno
para desenvolver a personalidade. Ele dá importância aos efeitos duradoiros do
das relações sociais como os neofreudianos os consideram. Ele considera também
que todos precisam de uma consideração positiva, de receberem calor e aceitação
de outras pessoas e as crianças tendem sempre a fazer qualquer coisa para que
obtenha essa consideração positiva calor e aceitação.
O que leva as
pessoas a acção é o desejo de realizar as suas potencialidades.
Teorias disposicionais ou de traços da
Personalidade
A definição da personalidade
estendeu-se desde a constituição biotipológica (cor dos olhos, dos cabelos, da
pele, etc.) à estatura do corpo, assim como às maneiras como o indivíduo se
relaciona com o mundo (temperamento, traços afectivos, etc.).
As Teorias
Disposicionais ou de Traços da Personalidade caracterizam a personalidade
atribuindo-lhe certos traços. Os traços são características isoladas. Por
exemplo, descrever um indivíduo como submisso, intelectual são apenas alguns
dos exemplos da teoria dos traços da personalidade.
Outra forma de
descrever a personalidade é tipifica-la. A tipificação é de certa maneira um
pouco diferente da atribuição dos traços pelo seguinte:
• Os traços
referem-se a certos aspectos específicos da personalidade, enquanto que a
tipificação faz referência a personalidade inteira;
• A tipificação
tende por sua vez aglomerar os traços específicos. Um tipo intelectual por
exemplo, pode ter um coeficiente de inteligência alto e baixa capacidade social
e atlética.
A teoria dos traços de Raymond Cattell
Raymond Cattell
nasceu em 1905 e foi um grande pesquisador interessando-se em medir os
principais componentes da personalidade.
Ele e os eus
associados conseguiram colectar 18.000 palavras inglesas que são usadas para
caracterizar pessoas. Este número foi depois reduzido através de omissões de
expressões raras e sobrepostas para aproximadamente 200 itens. Para tornar a
lista mais compacta Cattell pediu que os seus associados usassem essas palavras
para se descreverem a si próprios e aos seus amigos. As expressões utilizadas
foram analisadas usando um método matemático a que ficou conhecida por análise
factorial. Estes termos eram depois correlacionados entre si para verificar
se aquelas que pertenciam ao mesmo traço estavam ou não relacionados.
Deste correlacionamento
foram identificados dezasseis grupos que foram depois rotulados com letras (A,
B, C, F, H, I ,L M, N, Q1, Q2, Q3, Q4) e posteriormente com nomes dos traços os
quais foram considerados como dimensões básicas da personalidade. Consulte o
gráfico no livro Linda Davidoff.
Cattell e seus
associados desenvolveram também vários questionários para recolha de auto
relatos dos indivíduos e grupos.
A Teoria dos Tipos de William Sheldon (1898 e 1977)
As teorias
tipológicas preocupam-se fundamentalmente em descrever os traços da personalidade
consoante um determinado tipo de corpo. Para Sheldon consoante o corpo de
indivíduo este tenderá a manifestar um certo tipo de personalidade. Na sua
óptica ele argumentava que todo o ser uma possui características físicas que
por sua vez determinam as actividades deste. Nesse conjunto de actividades há
uma tendência de se destacar as mais salientes.
Contudo, há uma
distinção a fazer. Enquanto as teorias procuram indicar as características que
convêm a um determinado indivíduo, as tipologias visam integrar os indivíduos
em dados tipos constituídos segundo características comuns. Isto é as teorias
caracterizam o indivíduo, as tipologias procuram a inclusão do indivíduo em
classes.
Assim, a
caracterologia esforça-se por encontrar elementos comuns, cuja combinação torne
possível definir tipos de carácter ou temperamento.
Algumas destas
biotipologias pertence a Sheldon, Kretschmer e Corman. Sheldon: este
caracterológico procurou avaliar certos aspectos da personalidade a que chamou temperamento,
fazendo-os depender de três componentes morfológicos: endomorfia, mesomorfia
e ectomorfia.
Estes termos provêm
do nome das três camadas de células do indivíduo, sendo a endoderme a que
origina os aparelhos digestivo e respiratório. Da mesoderme forma-se os músculos
e o esqueleto. A ectoderme é responsável pela superfície do corpo e aparelhos
sensoriais, bem como pelo sistema nervoso.
Assim se constituem somatotipos
diferentes, consoante a predominância daquelas dimensões numa escala que
Sheldon considera de um a sete.
Tipo somático
endomorfo – corresponde
ao indivíduo gordo, abdómen saliente, com braços curtos, pescoço baixo, cabelos
finos e tendência à calvície precoce; a este conjunto de disposições Sheldon
correlacionou com o tipo de temperamento viscerotónico cujas características
são: (relaxamento da atitude e do movimento, gosto pelo conforto físico, reacções
lentas, prazer em dirigir, avidez por afeição e apropriação, igualdade do fluxo
emocional, contentamento consigo próprio, comunicação fácil e livre dos sentimentos,
extrovertido, etc.).
No mesomorfo – o volume do tórax é superior ao
do abdómen, os membros são musculados, os ossos fortes e salientes, tendo no
seu conjunto uma estrutura robusta; à essas características morfológicas corresponde
o temperamento somatotónico cujas características são: (firmeza da atitude e do
movimento, gosto pelas acções físicas e pelo risco, dureza psicológica,
ausência de piedade e de delicadeza, indiferença pela dor, extrovertido,
necessidade de acção em caso de aflição, etc.).
O ectomorfo – é marcado pela fragilidade e
delicadeza do corpo, é magro, tem ombros estreitos e o tronco curvado para
frente, pele fina e de cor pálida; que corresponde ao temperamento
cerebrotónico cujas características são: (retenção da atitude e do movimento,
reacções fisiológicas excessivas, segredo sentimental, hipersensibilidade dor,
introvertido, necessidade de solidão em caso de aflição, etc..
Uma das críticas
apontadas às conclusões de Sheldon, centra-se no método usado nas suas
investigações. Como foi a mesma pessoa a classificar a estrutura física e a
determinar os tipos de temperamento, pode ter sido influenciada pelo físico de
um indivíduo, quando procurava classificá-lo temperalmente e outra está
relacionada com o facto de Sheldon considerar que as correlações entre tipo
somático e temperamento são inatas e hereditárias.
A tipologia de Kretschmer
Kretschmer um
psiquiatra alemão Kretschmer apresentou também a sua tipologia marcadamente
morfológica construída com base na observação de casos patológicos. Kretschmer
propôs no seu quadro de personalidade três tipos morfológicos fundamentais a
saber: o pícnico, o atlético e o leptossómico correspondentes
ao endomorfo, mesomorfo e ectomorfo na tipologia de Sheldon.
O pícnico possui
uma característica corporal caracterizada por predominância da extroversão,
quer dizer aberto para com os outros e com pouca profundidade nos seus
sentimentos. No sentido patológico, o pícnico pode tender a um comportamento
maníaco depressivo.
O tipo atlético é caracterizado pela rigidez e
tenacidade do tonus muscular bem como nas suas na atitudes e possui uma vida
sentimental predominantemente pouco expressiva. O atlético é preservado quanto
ao alcance dos seus objectivos. No sentido patológico ele tende a apresentar
sintomas epilépticos.
O leptossómico é um indivíduo caracterizado
pela predominância da introversão e tende a se fechar no seu próprio mundo de
ideias conservando-se distante das pessoas que rodeiam. Em contrapartida o
leptossómatico conserva sentimentos muito profundos. No plano patológico
conserva um quadro tendente à esquizofrenia.
Referências
bibliográficas
ALÍPIO, Jaime da Costa; VALE, Manuel Magiricão. Psicologia Geral. EaD – Universidade Pedagógica, Maputo: S/d.
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