Técnicas de distribuição de bens e serviços
Técnicas de distribuição de bens e serviços
Introdução
O
sucesso de qualquer empresa depende de como os seus produtos (bens e serviços)
são distribuídos e vendidos aos clientes. Muitos empreendedores apresentam como
preocupação a questão de como levar as mercadorias certas para os lugares
certos, nos momentos certos e com o menor custo.
Nesta
lição vamos descrever os principais canais de distribuição para bens e
serviços.
Objectivos
Ao
concluir esta lição você será capaz de:
- Descrever as técnicas de distribuição de bens e serviços;
- Definir o sistema de distribuição de um bem ou serviço.
Significado de distribuição
Distribuição
refere-se ao meio através do qual os produtos passam do produtor para o
consumidor final. Cada empreendedor requer uma técnica que distribui os seus
produtos aos consumidores no local, tempo e custo certo. Consiste em todos os
intermediários que participam na distribuição de produtos e servem de elo de
ligação entre o produtor e o consumidor.
Tipos de técnicas de distribuição
Dependendo
do número de intermediários envolvidos, as técnicas de distribuição podem ser
classificadas como se segue:
i.
Do produtor → consumidor (técnica curta)
Esta
técnica também é conhecida por venda directa porque não há intermediários.
Nesta técnica, um produtor pode vender directamente através das suas próprias
lojas de venda a retalho (por exemplo uma empresa de calçado), pelo correio ou
porta a porta. Esta técnica é mais comum na distribuição de maquinaria
industrial pesada, produtos químicos industriais, produtos para clientes
específicos, etc.
ii.
Do produtor → retalhista → consumidor (técnica média)
Nesta
técnica o produtor vende a grandes retalhistas como grandes armazéns e cadeias
de lojas, que por sua vez vendem aos consumidores.
Esta
técnica é muito popular na distribuição de bens de consumo e outros bens
duradouros, como frigoríficos, televisores, máquinas de lavar, computadores,
máquinas de escrever, etc.
iii.
Do produtor → grossista → retalhista → cliente (técnica longa)
Esta
é a técnica de distribuição tradicional de mercadorias. Nesta técnica, o produtor
vende ao grossista que por seu lado vende aos retalhistas e estes vendem ao
consumidor final. É muito usado na distribuição de bens de consumo como artigos
de mercearia, medicamentos, cosméticos, etc.
Factores a considerar ao escolher uma
técnica de distribuição
A
escolha dum circuito de distribuição é uma decisão crucial e requer que o
empreendedor compare custos, volumes de vendas e lucros previstos nas técnicas
de alternativa de distribuição. Ao escolher a técnica certa para distribuir os
seus produtos, um pequeno industrial deve ter em conta as seguintes
considerações.
a) Natureza
do produto
Isto
refere-se ao fabrico das mercadorias que vão ser distribuídas. Geralmente
produtos grandes e pesados são distribuídos directamente para minimizar as
despesas de transporte. De igual modo os produtos perecíveis e caros são
vendidos directamente ou através duma técnica curta.
b) Natureza
do mercado
O
mercado em que as mercadorias vão ser vendidas também pode ter influência sobre
a técnica de distribuição que um empreendedor pode usar para os seus produtos.
A venda directa seria preferível quando os mercados são pequenos e estão
localizados numa área estreita. Por outro lado, no caso dum mercado grande e
consumidores dispersos geograficamente, torna-se necessária uma técnica longa.
A venda directa é conveniente quando a ordem de compra é grande e o número de encomendas
é pequeno. As exigências dos clientes de crédito, entrega a domicílio, etc.,
também influenciam a escolha da técnica de distribuição.
c) Natureza
do negócio
A
natureza do negócio que se está a fazer também é um factor importante na
selecção da técnica de distribuição. A venda directa só é possível quando o
produtor é financeiramente forte e possui conhecimento do mercado. Para uma
empresa que produz um único produto, a venda directa não é económica. No caso
de o fabricante desejar controlar a distribuição, é preferível a venda directa.
A política de distribuição da empresa também influencia na escolha da técnica
de distribuição.
d) Natureza
dos intermediários
Quando
o tipo desejado de intermediários não estiver disponível, então pode ser
necessário fazer a venda directa. Além disso, quando os intermediários
disponíveis não poderem ou não quiserem fornecer transporte, armazenagem,
exposição e outros serviços relevantes, então o empreendedor não terá outra
escolha senão recorrer à venda directa.
O
grossista tem que obter um lucro não só para cobrir as suas despesas mas deve,
se estiver a vender aos retalhistas, fazer às vezes um desconto ao retalhista
para que este também tenha algum lucro.
Se o
empreendedor (no caso de ser um produtor ou um grande importador) vender aos
retalhistas, pode ter mais lucro mas se houver muitos retalhistas em muitos
pontos do país pode ter problemas para os visitar regularmente e, pior ainda,
se tiver que lhes levar as mercadorias directamente. A venda directa aos
retalhistas, se forem muitos, requer o emprego duma equipa de vendedores. Isto
irá aumentar os custos de venda do empreendedor a não ser que consiga
transferi-los para o consumidor e diminuir os seus lucros.
Referências
bibliográficas
MINEDH. Módulo 4 de Empreendedorismo: Aprovisionamento e marketing. Instituto De Educação Aberta e à Distância (IEDA), Moçambique, s/d.
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