Ásia e América durante o Período de Transição
Ásia e América durante o Período de Transição
Ásia
Na Ásia localizam-se algumas das civilizações mais antigas da humanidade, que cedo atingiram um grande desenvolvimento técnico e científico, nomeadamente as civilizações hindu e chinesa.
Fig. 12 – Distribuição das principais civilizações asiáticas
No século XV, a Asia dispunha de uma agricultura produtiva
mais virada para o cultivo do arroz (India, Ceilão – hoje Sri Lanka) e de
especiarias (pimenta, canela, noz-moscada, cravinho, etc.).
Graças ao seu grande desenvolvimento técnico, a Ásia possuía
uma próspera actividade industrial: fabrico de sedas e porcelanas (China),
tecidos de algodão (India) objectos lacados e papel (Japão). O comércio era
bastante intenso e estava todo ele nas mãos dos muçulmanos.
Entretanto, a Ásia era um continente politicamente dividido,
pois apenas o Império Persa e o da China formavam impérios centralizados.
Quanto a religiões, é possível identificar o hinduísmo, o
budismo e o islamismo, que dominava no sudoeste asiático, como as mais
importantes.
América
As populações americanas tinham formas de Vida bastante
distintas. Enquanto umas eram nómadas, vivendo apenas da caça e da recoleção,
outras eram sedentárias e com uma agricultura desenvolvida.
• Civilizações nómadas
– América do Norte: esquimós, apaches e sioux
– América do Sul: patagões
• Civilizações seminómadas: arawaks e tupis.
Fig. 8 – Distribuição das principais civilizações americanas.
• Civilizações sedentárias
Maias: localizados na América Central, ocupavam o território da
actual Guatemala e Belize. No século XV, os Maias constituíam uma das maiores civilizações
americanas e do mundo, destacando-se pelas suas criações na arquitectura,
escultura e astronomia.
Incas: estes povos povoaram a região entre a cordilheira dos
Andes e o mar, na zona que corresponde aos actuais estados do Equador, Peru e
Chile. Foram autores de uma grande civilização, baseada na produção agrícola e
na qual pontificavam imponentes construções arquitectónicas e uma extensa rede
de estradas.
Aztecas: localizavam-se nos planaltos do centro do México, numa federação
de tribos dirigida por um chefe azteca. Os povos submetidos estavam sujeitos ao
pagamento de impostos.
O império Inca
existiu desde 1200 até invasão espanhola em 1533.
Ocupava os actuais
Equador, Colômbia, Peru, Bolívia, NW da Argentina e o Norte do Chile. As suas realizações
culturais incluíam a escultura, a arquitectura, a construção de estradas,
pontes e sistemas de Irrigação.
Principais transformações no Período de
Transição
No início do século XV, a Europa revelava falta de
dinheiro. Contudo, as pessoas não percebiam o que, de facto, precisavam para
ser ricas. Para alguns a terra era símbolo de riqueza, enquanto para outros ser
rico era ter dinheiro.
Este período, que se estendeu do século XV ao século
XVIII é também designado por Época Moderna, tendo sido dominado pela coexistência
do velho (Feudalismo) com o novo (Capitalismo).
Então, se não está claro que o regime vigente era o
feudal ou o capitalista, é também difícil estabelecer se o mais importante eram
as terras ou o dinheiro.
Que mudanças se operaram durante a época moderna?
A nível económico
Durante o período de transição, a agricultura conheceu
alguns avanços significativos, principalmente nas técnicas e nas formas de
posse da terra.
Na Baixa Idade Média, a indústria artesanal estava
organizada em corporações de ofícios. Esta era a estrutura necessária para
atender ao mercado local.
As manufacturas caracterizavam-se por: ser frequentemente
protegidas pelo estado; localizar-se nos centros urbanos ou junto aos locais
fornecedores de matérias-primas ou de energia (cursos de água, por exemplo); empregar
um nümero relativamente pequeno de artesãos; ter o seu trabalho realizado em
pequenos estabelecimentos. A produção era manual.
Na economia feudal, o mestre-artesão era ao mesmo tempo
negociante, empregador, trabalhador, capataz e comerciante lojista, mas, com o
crescimento dos mercados, já não podia realizar todas estas actividades. Começam
a surgir os intermediários, que vendiam a produção em locais cada vez mais
distantes dos locais de produção.
A nível social
A sociedade estava dividida em três ordens, nomeadamente
o clero, a nobreza e o povo. No período de transição a estrutura social começava
a incorporar uma camada social cada vez mais importante, a burguesia.
Documento
Surgimento Da Burguesia
A palavra burguesia
é originária da língua francesa (bourgeoisie), usada originalmente para
designar uma classe social que surgiu na Europa na Idade Média (séculos XI e
XII) com o renascimento comercial e urbano.
A Europa medieval passou por profundas mudanças. Depois de cerca
de cinco séculos caracterizados por uma economia feudal virada para a subsistência.
Os níveis de produção eram baixos e o comércio quase nulo. As cidades destruídas
durante as incursões dos bárbaros continuavam em ruínas. A partir do século XI,
assistiu-se ao ressurgimento da agricultura, favorecido por diferentes
factores. Como resultado começaram a surgir excedentes agrícolas abrindo espaço
para o reinício do comércio. O comércio viria a ter como palco as antigas
cidades ao mesmo tempo que novas cidades também surgiram.
O renascimento urbano, estimulou o
desenvolvimento de várias atividades nas cidades, que movimentaram a economia
local. Foi nesse contexto que surgiu o artesanato e organizou-se o processo de
produção e surgiram máquinas para atender a demanda do mercado.
Os mercadores
(antigos servos) impulsionaram as atividades comerciais a partir do século XI,
deslocando de cidade em cidade, negociando suas mercadorias. No século XII, os
mercadores passaram a organizar as feiras.
As actividades
comerciais e bancárias bem como as feiras levaram ao rápido desenvolvimento
urbano, criando uma estrutura de segurança para garantir a prática dos negócios.
Portanto as cidades medievais passaram a ser caracterizadas pela presença de
muralhas, torres e portões que davam maior segurança para moradores e
comerciantes.
Com o
desenvolvimento do comercio, as cidades, a partir do século XI, registaram
igualmente um notável crescimento, alterando-lhes as suas feições e
ampliando-as para os espaços além dos muros.
Nos espaços a volta
das antigas cidades, os comerciantes edificaram casas grandiosas cercadas por
muros. É, pois, a essas casas sumptuosas edificadas pelos mercadores que se
convencionou chamar burgos (cidades com muros). Aos donos e habitantes dos
burgos passou a chamar-se burgueses e passaram a constituir uma nova classe
social, que veio a se revelar fundamental para o surgimento e desenvolvimento
da mentalidade capitalista.
Transformações políticas
Politicamente, o período de transição foi marcado pela centralização
do poder. Na Idade Média feudal os estados encontravam-se divididos em domínios
senhoriais pertencentes aos senhores feudais. O rei tinha autoridade sobre
estes domínios, contudo os grandes senhores ainda tinham muito poder. Com a centralização
do poder no rei, surgiram as monarquias absolutas de direito divino.
Apenas a Itália e a Alemanha continuaram fragmentadas,
não em propriedades senhoriais, mas sim em pequenos estados.
Bibliografia
Sumbane, Salvador Agostinho. H9 - História 9ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo: 2017.
Comentários